Influências III

  
     Um escritor a quem eu não poderia, definitivamente, deixar de mencionar é Richard Bach.

    O primeiro livro dele que li foi o livro Um. Este livro me mostrou, além de todas as suas maravilhas, que um livro tem seu momento. Tive o livro Um em mãos. Tentei ler. Não consegui. Um ano depois, uma grande amiga o me emprestou novamente. Até hoje não consigo ter outra explicação, por não ter conseguido lâ-lo na primeira oportunidade, a não ser o fato de que eu não estava pronto para ele. 

    O livro aborda dimensões paralelas, universos alternativos, de uma forma incrivelmente bem elaborada. Richard Bach resume toda a complexidade da física quântica em... possibilidades.
    O livro Um tinha tudo, simplesmente tudo, o que me interessava e de uma forma interessante. O livro foi publicado em 1988.
     
    Em seguida, li, vorazmente, o livro chamado Ilusões. Publicado em 1977. Magnífico livro. Uma realidade imaginada pelo autor e costurada à um momento muito específico de sua vida. Tal livro mudou a vida do autor. O tornou milhonário. Ele contou o que fez com isso em seu livro A ponte para o sempre. Publicado em 1984. Não é um livro sobre dinheiro, no entanto, e sim sobre o amor. Inspirador.
    Somente depois destes três livros, foi que li seu livro mais famoso e mais metafórico, lançado antes dos acima citados. Foi lançado em 1970. Era Fernão Capelo Gaivota. Um pequeno livro de grandes lições, sobre uma gaivota que se recusou a existir meramente por sobrevivência. Não queria brigar por restos de comida. Voando o estritamente necessário, da praia até a comida e da comida até à praia. Fernão, no entanto, era sentia que a glória de viver estava em voar. Era fascinado por acrobacias e velocidade e ultrapassar os limites conhecidos. 


    Tal livro ganhou um filme, em 1973, complementado pelas canções de Neil Diamond.


Trecho do filme com a canção Be
  
    Quando achei que Richard Bach já não mais me surpreenderia, tenho acesso ao livro publicado em 1994, chamado Fugindo do ninho, onde ele repassa as suas verdades de forma tão surpeendentemente simples, quanto profunda.  Ele precisa ensinar, aos 59 anos, se me lembro bem, tudo o que ele pudia a uma versão criança dele mesmo, de 9 anos, recém despertada de sua mente inconciente. Acredito nunca ter visto uma capa mais condizente.


    Richard Bach é/era(?) um exímio piloto de aeronaves e transferiu esta paixão para seus livros. Tudo pode ser uma metáfora de tudo e voar parece ter dotado Richard Bach de um profundo senso de compreensão de como as coisas podem funcionar. Ele voou por décadas e décadas. A razão do "é/era(?)" se deve, infelizmente, ao fato de, sem maiores explicações, ele ter sofrido um acidente enquanto pilotova seu avião particular, em setembro de 2012. Sofreu sérios ferimentos. Foi internado e não se soube mais notícias além de que o avião teria chegado a atingir a atingir redes de eletrecidade e de que as lesões atingiram, inclusive, a cabeça. Não sei se ele se recuperou ou se irá se recuperar. Se vai voar novamente, ou escrever. O que sei é que ele fez diferença neste mundo. Não apenas para mim. tenho certeza. Qualquer um que tenha olhado para um mesmo cenário desesperador, sob outra perspectiva, graças às palavras de Richard, e tenha, apenas por isso, enxergado a beleza de um desafio, sabe a quê estou me referindo.

     Viver, para mim, é uma arte. E há mestres. Richard Bach foi um.
    Não li todos os livros de Richard Bach, apenas os que mencionei. Ele, porém, influênciou tão significativamente minha vontade de escrever, que é citado em meu livro Ônix - versão estendida, em homenagem.

    Destes livros que li, sugiro todos. Os livros estão prontos para vocês. Já foram escritos, publicados e traduzidos. A pergunta é: Vocês estão prontos para eles?

    Caso se interessem, aqui está o audiobook de Fernão Capelo, em português: clique aqui.

    Para todos que leram este artigo, deixo as palavras do próprio Richard Bach, escritas na contra-capa do livro Ilusões;

"Eis aqui um teste para verificar se sua missão na Terra está cumprida: Se você está vivo, não está."



2 comentários:

  1. Richard Bach realmente tem o poder da ampliar horizontes que estão preparados para serem ampliados =]

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  2. De fato, a temática de Richard faz paralelos interessantes com sua própria literatura, Willian - a questão da liberdade, crucialmente, com relação às correntes da rotina impostas pela sociedade aos seus indivíduos (que terminam por nem sempre poderem ser classificados como "indivíduos", verdadeiramente...).

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